sábado, 22 de novembro de 2008

BLACULA 1972 : WILLIAM MARSHALL

"El vampiro negro ataca en las tinieblas de la noche sus hermanos de sangre y mujeres fragiles..."
(Marcos. T. R. Almeida)

Entrando-se de filmes raros sobre vampiros ou sobre o próprio rei dos não mortos o conde Dracula, imortalizado na história, na literatura, nos quadrinho e no cinema, surgiu um gênero bastante curioso na década de setenta, com um estilo criativo do tipo "blackxplotation" de grande valor. Com a retomada da cultura africana em nosso país, e o reconhecimento da consciência negra como fator expressivo da manifestação cultural de um povo, um filme que afirma esse princípio ficou conhecido como "Blacula, o vampiro negro", piorneiro do gênero, original e transgressor dos valores associados ao culto do vampirismo e afirmou aquela frase escrita por uma das autoridades máximas do culto vampírico no mundo, Jorg Gordon Neltom : "todos os povos da terra tem sua lendas sobre vampiros"

Em Blacula o tema ficou perfeito, a adaptação com os ícones da cultura negra, dos guetos, foi uma excelente integração alcançada pela produtora, Warner Brothers .
A criação de um representante negro, entre os vampiros foi elaborada pelo diretor William Craim e o roteiro escrito por Joan Torres e Raymond Koening .
Quase todas as partes deste filme foram rodadas em Watts, gueto negro da periferia da cidade de los Angeles, exatamente em locais onde já houveram muitos distúrbios de origem racial e não faltou cautela nesta produção!
O ator principal William Marshall, imponente por sua estatura alta, ombros largos e vastíssimo repertório de atuação em peças de Shakespere, deu boa dignidade ao papel do vilão de capa preta, fazendo suas vitimas morrerem ao seus ataques dematofagos.
Tudo começa quando o príncipe de uma grande nação negra de nome Mamhohald e sua amada a princesa Luca interpretada por Vonetta Mcgee vão ao castelo do conde Dracula da Transilvania negociar com ele a petição do fim da escravidão, ao invés de Dracula assinar aprovando este pacto, ele insulta o príncipe negro Mamhohald, insinuando que sua esposa Luva, com sua provocante senxualidade de mulher negra, que ela é muito agradável e completaria seu haren de mulheres!
Apos a ofensa, inicia-se uma luta dentro do castelo, e o príncipe negro é condenado e amaldiçoado por Dracula, confinado numa Kripta subterranea, ele é trancado dentro de um atau preto sobre severa sentença: " Estará para sempre condenado a dormir de dia e não ver a luz do sul e beber o sangue dos vivos, seras chamado BLACULA!"
O filme segue um bom roteiro de terror, aliás muito bom para a época em que foi produzido e exibido, explorando bem a agitada e badalada vida noturna destes guetos negros de grandes cidades norte-americanas, a trilha sonora composta por: Wally Homes, mistura bem o ritmo soul com a atmosfera noturna do terror, deixando visível a idéia central da película, que era mesmo mostrar a cultura e a consciência negra destes bairros poucos conhecidos no mundo.
O roteiro tem a seqüência esperada, dois decoradores, colecionadores de antiquários compram um tempo depois para o século atual, todas as relíquias do castelo de Dracula e a partir daí, apos violação do ataude Blacula retornar de novo ao mundo.
O vampirismo se espalha e muitas vítimas vão aparecendo mortas sem sangue, com graves perfurações no pescoço, Blacula procura uma bela jovem de nome Tina, aliás muito parecida com sua antiga companheira a princesa Luva!
Em sua nova residência ele precisa achar meios que escondam sua verdadeira natureza, usando ainda o mesmo nome que tinha, Mamhohald ele se sobressai agindo na vida noturna.
O vampirismo é presente e muito forte no filme todo, e isso fica comprovado com a série de vítimas de Blacula e também se tornam vampiros, e a presencia desta atmosfera de terror esta impregnada no filme todo, também os figurinos e o cenários saíram excelentes e isso retoma aquela idéia de que na década de setenta se faziam bons filmes de terror com forte dose de nostalgia, tudo vem adaptado para um roteiro inovador e pioneiro no gênero.
No final do filme, quem aparentemente destrói Blacula são os fatais raios solares transformando o vampiro em uma caveira repleta de vermes, até se tornar um esqueleto envolto na capa preta. Recentemente em onze de junho de 2003 o cinema ficou de luto com a morte do ator principal, William Marshall que no final de sua vida´já vinha sofrendo com serias complicações da maldita doença chamada "Mal Alzheimer !"

William Marshall porem atingiu sua imortalidade, pois foi ele que representou "BLACULA, o vampiro negro", esta película foi tão importante para história do cinema de horror, que no ano seguinte a produtora já estava gravando "SCREEM, BLACULA SCREEM" 1973, devido ao sucesso inovador relacionado ao tema macabro do vampirismo que jamais se esgota.

A MALDIÇÃO DA LUA CHEIA

"ESCUCHEM LOS HIJOS DE LA NOCHE, LA MUSICA TRISTE QUE PRODUCEN COMO UN LAMENTO POR LA SOLEDAD"
DRACULA DE BRAN STOCKER

Acredito profundamente e agora eu sei que eu não estou enganado, que eu fui um dos poucos que tiveram a oportunidade única de ter visto na rede record um dos filmes de lobisomem mais originais e bem feitos de todos os tempos, que foram passados na tv, foi somente a partir deste filme que pude comparar o quanto a universal filmes deixou muito a desejar na produção de o lobisomem com o Lon Chaney, onde infelizmente o lobisomem aparece muito pouco, pois tinha tudo para ser o melhor filme por ter sido estreado com o genial ator pioneiro do gênero.
O filme do qual estou falando chama-se "A maldição da lua cheia" e é tão assustador que chega a causar pesadelos!Duvidam? Pois bem, eu mesmo na época que assisti, apos sua projeção fui atormentado a noite toda por horríveis pesadelos e febre, que causou em mim delírios terríveis, um medo angustiante invadi-o a minha alma e só pude me livrar de tudo isso ao clarear o dia, uma experiência terrível para mim que deveria ser lembrada neste artigo.

A película foi produzida na América em clima de montanhas, rios, florestas, local afastado da cidade e logo no início pai e filho que estão no rancho deserto são atacados pelo lobisomem, a principio apos luta brutal o pai do garoto consegue vencer o monstro que cai numa ribanceira indo parar empalado em uma estaca de madeira pontiaguda lá em baixo...
O pai mordido gravemente pelo lobisomem, volta para a cidade com o filho na casa da sua ex-esposa pois são separados (típica família que vive o melodrama do divorcio e o filho fica um tempo com o pai e outro com a mãe)o mês passou e na semana próxima de lua cheia ambos voltam para o rancho nas montanhas e é ai que a maldição se consolida de forma terrível, o pai carrega agora em seu corpo e alma a maldição do lobo feroz que o transforma em algo cruel, maligno e perverso, seu filho não faz idéia deste horror mal sabe que é seu próprio pai o monstro que poderá mata-lo e devora-lo vivo em sua busca por saciar seus instintos primitivos.

Perseguido o menino corre em mata dentro em plena escuridão, tem apenas a lua cheia por testemunha e lobisomem faz as suas primeiras vitimas ao passar no meio de uma estrada em onde carros circulam a noite e dois gravíssimos acidentes ocorrem em conseqüência da aparição do lobisomem no meio da pista, em seguida ele ataca o infeliz motorista de um dos carros enquanto que o outro cai numa ribanceira e pega fogo! Desesperado o garoto foge errante por mais de três km, distante do rancho ele encontra trailer onde estão um casal de namorados aventureiros, ali procura proteção e ajuda " tem um lobisomem por ai" argumenta o garoto ao ser atendido pelo rapaz. È tudo muito fantasioso afinal crianças e adolescentes produzem no imaginário muitos monstros frutos de seu desamparo e medo mas ali o garoto chorando mostrava estar bastante assustado com algo real.
No dia seguinte encontram-se com o pai, já na sua forma normal porem um pouco abatido, próximo dali uma comunidade hippie esta acampada, são fanáticos, uma especie de seita gospel cristã, alienados absolutamente aos dogmas convencionais, e aos chavões especulativos da bíblia, não podendo estar libertos desses princípios para compreender a totalidade dos fatos, e da verdade da vida.
As autoridades locais investigam os acidentes e as mortes horríveis da noite anterior, com a averiguação no acampamento dos bicho-grilos e não descobre nada, as noites se arrastam e a lua cheia se apresenta majestosa e ao clarão deste luar, os uivos de um lobisomem cortam o silêncio terrificante da noite, este monstro vai até o trailer do casal, que não havia acreditado na "fantasiosa história de horror" contada pelo garoto, e sentem na pele a brutalidade do lobisomem, que faz tombar o veiculo ribanceira a baixo, o casal é morto e a cabeça da moça é arrancada e o lobisomem leva em um saco até o porão do rancho, onde cava um buraco com uma pá, para enterrar de forma instintiva o resto dos molambos!
O menino desconfiado observa toda a ação e descobre que o seu pai é o lobisomem, terrificado ele não tem palavras!
Na volta a cidade conta tudo a sua mãe que também não acredita em sua história, e no mês seguinte, mãe, pai e filho resolvem passar alguns dias e noites juntos no rancho, onde a paisagem indica um contraste de beleza aos olhos do espectador. No meio do percurso parão no acampamento dos hippies para ver como vivem essas comunidades e um fato estranho ocorre o pai não consegue se aproximar do circulo sagrado onde ao centro há uma cruz com um pentagrama... A noite cai rapidamente, mas antes que licantropia faça seus efeitos no ser amaldiçoado o pai pede ao filho que o traque no porão e nesta noite mãe e filho confirmam que é de fato o lobisomem!
Na madrugada, no acampamento dos hippies seu líder lendo a bíblia ouvi uivos e acarda todos do grupo, em seguida o acampamento é atacado e o desespero toma conta de todos, ao raiar o sol o lobisomem perde sua força e volta ao que era.
Nas noites seguintes uma quantidade enorme de pessoas decidem caçar a fera, nas regiões montanhosa e apos uma procura acirrada, o xerife e policias conseguem, alvejar o lobisomem com vários tiros ate ele cair sobre a ponta de uma estaca, mais antes de morrer deixa sua marca e transmite sua maldição, mordendo o braço do seu próprio filho que sera seu herdeiro na próxima lua cheia.
Para aqueles que acham que um dia poderão assistir a esta perolá, desistam pois a copia original se perdeu num antigo incêndio na rede record e o filme nunca foi lançado em dvd no Brasil e muito menos no EUA, e eu é claro também não revelarei, aonde encontrei com muito custo e sorte uma copia particular com legendas em espanhol, "secretos del hombre lobo..."

domingo, 9 de novembro de 2008

O INIMIGO : ALEXANDRE R.



A vida e convivio em sociedade sempre gera infelizmente alguns inimigos, não estamos livres dos invejosos e dos conspiradores, são os traidores de toda a sorte que surgem no caminho da nossa longa jornada, inimigos estão em toda parte, sempre rogando suas pragas !
O filme "O inimigo" de Alexandre R. trabalhou bem o tema e levou o conflito ao extremo, onde o inimigo surge de dentro da própria alma para atormentar seu algoz e desta forma configurar o pesadelo para uma psícotica realidade. Quem é o inimigo? a pergunta parece ficar sem resposta até que o espectro fantasmagorico deste tormento toma forma em uma visão mais expressiva
para a realidade em que vive o personagem central chamado Alexandre, que é atormentado o tempo todo por esse vulto, vestido de casaco preto, cartola e rosto mascarado, empalicido, frio uma mascara sem expressão, um par de luvas nas mãos que seguram um cubo colorido o tempo todo, mas antes mesmo de segurar este brinquedo que simboliza um enigma o espectro atravessa um corredor com uma faca na mão.
Alexandre acorda asusstado pela manhã, suando frio apos ter sonhado com esse inimigo que o tempo todo o atormenta, sua mãe preucupada tenta apoiar seu filho ao perceber que o mesmo passa por uma crise bastante conflituosa que o leva a depressão.
Por trás de tudo isto, desta confusão em sua mente está a maldita droga, pois Alexandre é usuario, e seu efeito em muito deve influenciar ao terriveis pesadelos com vulto enigmatico.
Ele resolve então procurar ajuda com um doutor psiquiatrico, chamado Dr. Vesallius, que o hipnotisa na clínica apos consulta para buscar em seu inconsciente uma resposta ao conflito. O jovem tem amigos e amigas que se reunem em sua casa em para uma festinha, e a conversa filosofica descamba para o uso indevido do alcool e das drogas. Apos a festa, o espectro novamente aparece para ameaça-lo. Quem é você? Porque esta me perseguindo?
Uma cena que merece destaque, foi filmada no sebo do Sr. Rosati em Mauá onde o inimigo do protagonista aparece no meios dos livros, também há uma perseguição por enorme escadarias onde a dinâmica de uma perseguição imaginaria se inícia. Depois de muitos tormentos e muitas reflexões o jovem resolve encarar e enfrentar o inigma desafiando e ameaçando, esse inimigo fantasmagorico em sua próxima aparição, apos estudar um livro complexo sobre interpretação de sonhos, preparado ele vai armado de encontro ao inimigo. O desfecho inevitavel é o grande momento do filme, onde finalmente é desvendado quem é seu pior inimigo!>
O grupo de amigos e amigas que trabalhou no projeto esta de parabéns pelo empenho e dedicação, Alexandre R. ao Lado Lexy Suarez que também e bem conhecido no mundo alternativo, trabalhando juntos de forma armoniosa, atuação técnica de ambos e a competencia fez de o inimigo um curta-metragem de terror bom de ser visto, os cenarios, os personagens envolvidos assim como a fotografia ficaram muito bons. A obra lembra duas histórias arquetipos da líteratura de horror Edgar Allan Poe em um conto chamado "William Wilsom", e também Luiz Stevenson em "O médico e o monstro" onde sempre duas personalidades dentro de um único individuo estão em eterno conflito o tempo todo.

NEKROMANTIK 2 : JORG BUTTGEREIT


" Que a morte seja para ti, que não souber triunfar dos vivos, sua única ventura, e sua única inspiração..."
Palavras Cínicas 1905 ( Albino Forjaz de Sampaio )

A necrofilia, é uma tara muito antiga e esta diretamente relacionada ao primitivo da humanidade, desde a pré-história até o Egito , se arrastando até idade Média aos dias de hoje, como se vê não há nada de novo neste tema escabroso que esta diretamente associado ao instinto primitivo de uma luta inconsciente, terrível entre Eros e Thanatos.É muito comum entre os cães e isso já observei, de se esfregar em carcaça morta de outro animal em decomposição, o cheiro forte de putrefação excita o animal que reage de forma instintiva... o mecanismo olfativo de alguns mamíferos é muito aguçado em especial cães e lobos, já nos seres humanos isso é muito raro de acontecer sendo que existe uma reação instintiva de repulsão absoluta por tudo que esta morto, um desprezo extremo por tudo que diz respeito a morte!
No filme Nekromantik 2 ocorre o contrario, onde uma garota se excita de forma bastante bizarra, e intima com a morte, este é um filme que eu recomendo para todos que como ela tem uma facilidade e uma destreza insuperáveis em lidar tranqüilamente com o tema tão grotesco!
Nekromantik 2 é a continuação perfeita da primeira parte de um filme com o mesmo tema dirigido por Jorg Buttgereit , um clássico do cinema extremo a toda prova 0nde a transgressão moral e o elemento mórbido se fazem presentes!
O cadáver do protagonista do primeiro filme e desenterrado pela sua amante que é interpretada por Monika M., a principio até eu me apaixonei pela rainha nekromantika e cismei na felicidade do seu amante que por ela foi amado em vida e continua desejado mesmo depois de morto, será que existe alguém de sorte tão grande que tenha uma jovem tão linda loucamente apaixonada e que essa paixão se arraste apos a morte?

A cena inicial muito bem feita ao ritmo de uma trilha sonora inédita evoca as entranhas pútridas da asquerosa e nojenta morte, a imagem da desolação, do abandono, da indiferença, da ação do tempo na matéria é perfeitamente captada nesta cena espetacular, feita em um cemitério macabro!
Nekromantik 2 vai muito além da morte, mostra elementos bastantes agregados a ela, de forma simbólica eles completam cada imagem, como por exemplo a imagem de um corvo, lesmas e caracóis, lagartos, etc.
O cadáver melequento mostrado no filme é realmente nojento de uma imagem repugnante, é quando vemos a bela atriz beijando sua boca, aquilo realmente nos causa uma nauseá terrível.
Sua tara não se completa pois ela não consegue chegar ao clímax se esfregando no cadáver que falta ereção então num momento de demência, ela começa desmembrar o corpo dentro de uma banheira , serra suas mãos, a cabeça, e o pênis do infeliz! O novo namorado da musa nekromantika , mal sabe de suas mais profundas fantasias sexuais, e ele não passa de um simples dublador de filmes pornos. Este relacionamento fraco e monótono acabara em algo bastante nefasto para o infeliz, ingenuo moleirão.
A principio Nekromantik 2 era um filme proibido e rodado raramente em pequenos festivais de horror organizados na Alemanha e em outros países da Europa, mais eram eventos de cinema bem isolados, as copias em VHS se espalharam e começaram a causar espanto e admiração a todos os apreciadores do gênero horror trash.A estética do diretor Jorg Buttgereit, é bastante simbolista de uma revolta extrema, uma resposta a altura de tudo de ruim que a vida nos apresenta, o grotesco explicito trabalhado dentro de uma idéia, com uma narrativa rica em detalhes de fotografias perfeitas, este filme o único no gênero para a época tornou-se um ícone de referência, o diretor foi proibido durante um tempo de produzir filmes e sempre tratavam de temas fatalmente ligados ao universo da morte.
Mas não podemos esquecer que a necrofilia foi muito explorada na literatura byroniana e na arte do séc. XVII, basta lembrar autores como: Byron, Mary Shelley, Bran Stoker, entre outros. Ela foi levada ao cinema como muita ousadia coragem e naturalidade, mas este filme não é recomendado para os que tem estomago fraco, idéias demasiadamente ingenuas, e pessoas completamente adestradas moralmente pelo dogma da religião cristã, todos estes esquecem esta película maldita, posto que para eles nada poderá ser acrescentado ao se deparar com o espetáculo extremo de zombaria e escarnio com a morte crua.
Gosto deste filme e confesso que não me faz mal nenhum, mas isso não quer dizer que eu aprove ou desaprove esta obra, acho apenas que foi bem filmada dentro do gênero escolhido, onde um olhar mais penetrante foi bem captado pelo diretor.
Como não há nada de novo dentro do tema, o que vale é o olhar do artista e do espectador que sabe fazer sua boa interpretação e leitura, Nekromantik 2 é isso um terror com excessiva dose de morbideza e de intimidade sexual com a velhaca e fedorenta morte!

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Soledad Miranda a Musa Vampira








Aqui registro minha homenagem e minha declaração de amor necromantico a bela atriz que culto e admiro não somente pela beleza ideal, mais pelo seu potencial de atriz de filmes de terror sendo ela a mulher vampiro por exelencia!















Soledad Miranda seus negros cabelos me fascinam, seu rosto de vampira lésbica me domina absolutamente, é como se uma paixão desenfreada seguida daquele febril estremecimento me possui-se, nela eu encontro e reconheço tudo aquilo q um homem como eu esta destinado a amar, minha musa predileta, absoluta!

Eu entro em êxtase ao ver sua atuação perfeita em uma serie de filmes de terror e outros generos que eu tive o privilegio de assistir.


Soledad Miranda também foi musa predileta de um único diretor, chamado Jess Franco, infelizmente a noticia de sua morte deixou seus fãs abalados e o próprio diretor nunca mais se recuperou emocionalmente desta tragédia, um acidente de carro no Estoril matou-a com apenas 27 anos, com sua morte nascia o mito da maior musa do cinema de terror de todos os tempos, a verdadeira e insubstituível rainha do sangue, a mulher vampira!
Sua imagem ideal ficou para lhe dar a imortalidade merecida não tendo outra para substituir, a atriz contracenou com Christopher lee em um filme chamado "El Cont Drácula" em uma das melhores versões já produzidas adaptadas do livro de Bram Stoker.

Ela trabalhou incansavelmente em uma infinidade de películas, mais não é necessário conhecer ou assistir a todos para se convencer de seu inegável talento sedutor, basta assistir apenas um filme para sentir o poder inigualável desta fêmea vampira na tela!


Alguns filmes merecem destaques a saber: Vampyrus Lesbos 1970, Pesadelos Noturnos, Ela matou em êxtase de 1973, Eugenie 1976, Juliette 1970, Sugar Colt 1976, Sex Charade 1970, Comanche Blanco 1968, Currito de la Cruz 1965, Los gatos negros 1964, Valle de las espadas 1963, Bella Mimi 1968, El Cont Drácula 1970, Bochorno 1963, Ursos, etc...

Aqui não esta exposto, nem um terço de todo seu trabalho, mas o suficiente para nascer daqui uma grande paixão, Viva Soledad Miranda, Viva para sempre!








quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Vampyrus Lesbos

"Possas tu, bela amiga, amar e dormir sobre o peito nu de sua linda amante..."

Safo de Lesbos

Um dos melhores filmes dirigido pelo genial Jess Franco é sem duvida nenhuma Vampyrus Lesbos, neste filme existem cinco elementos fortíssimos como evidencia que o classifica como um verdadeiro filme de terror erótico.

A trilha sonora, a presença das duas musas do diretor Soledad Miranda e Ewa Stromberg, o domínio expressivo do lesbianismo erótico, a locação adequada em uma paisagem ideal que no casa é Istambul, o elemento vampírico regado a sangue!

Vampyrus Lesbos é um filme que eu não canso de ver, a musica perfeitamente composta para cenas evoca o exótico e píctoresco das paisagens de Istambul, a beleza da atriz Soledad Miranda da qual alimento meu desejo e minha paixão necromantica pois essa beldade já morreu na vida real em um fatal acidente deixando seus fãs abalados por grande perda! Ela era a mulher vampiro do cinema por exelencia e havia nascido para atuar exatamente neste filme!


Que desculpem os puritanos, conservadores, moralistas e preconceituosos quando o assunto é sexo, pois o grande ideal do diretor deste filme é exatamente as cenas picantes de lesbianismo onde a combinaçaõ e imagem perfeita se juntam quando as duas musas se beijam e fazem amor.

O espetáculo da Countess Nadine Carody ( Soledad Miranda ) na cena inicial com o candelabro de velas em frente ao espelho e o beijo fatal que seduz sua primeira vitima que permanece imóvel como um manequim, a anatomia feminina e a nudez parcial enchem os nossos olhos de uma luxuria sexual reservada somente para a casta eleita da terra, este é o domínio absoluto do poder do eterno feminino em ação.

A dança erótica no ritmo da musica, as roupas intimas e o beijo com sangue que provoca um múltiplo orgasmo permitido apenas a vampira nos transportam ao portal do fascinante e obscuro mundo do vampirismo lésbico!





Não basta serem lésbicas, é necessário juventude e beleza ideal nas duas amantes e o diretor Jess Franco apostou nisso e acertou! Assim o filme transcorre no ritmo e na sedução fatal entre duas fêmeas!

Countess Nadine Carody parece ser uma descendente direta de Drácula e Elizabeth Bathory que tem no sangue feminino o êxtase absoluto do maior prazer, ela mora em uma castelo privilegiado no alto de uma colina em uma ilha e deste reduto ela emana a vibração magnetica mental que atrai a linda e loira Westinghouse para seus domínios...


O moleirão marido desta beldade tem seu castigo merecido e é trocado por uma mulher,sua esposa se deixa levar ate a ilha remota para se encontrar com a Countess Nadine Carody para provar o sabor da luxuria que só outra mulher pode conceber.

Vampyrus Lesbos é um filme de terror com fortes doses de erotismo do qual nenhum mortal sai ileso e Jess Franco colocou todo seu potencial criador neste filme rico em ocultismo e linguagens obscuras cheio de simbologia mística,como por exemplo a presença constante de um escorpião venenoso e uma borboleta presa em uma rede simbolizando a submissão da beleza frágil.


A paisagem ideal de Istambul, antiga Constantinopla que na idade media foi tomada pelos Turcos otomanos conserva ate os dias de hoje os traços arquitetonicos principais que serviram para locações panaromicas nesta película. O mar em seu eterno balanço reflete a luz solar e os barcos no porto se contrastam com a paisagem... Countess Nadine Carody tem o costume de atrair suas vitimas para esta ilha remota em seus domínios, todas são femininas e desta forma ela pode ama-las, curti-las e por fim mata-las se deleitando com seu sangue!


Jess Franco alem de dirigir esta película, também faz uma ponta de cena como ator, sempre em papeis subjetivos, também um personagem chamado Morphus é bastante marcante como criado da Countess Nadine Carody.














O que faz de vampyrus lesbos uma obra tão cultuada é exatamente essa trama que foi adaptada de um outro romance de Bram Stoker, intitulado"O CONVIDADO DE DRÁCULA", é evidente também que o prazer e o desespero de Westinghouse reflectido em seus pesadelos de tentações e luxurias tenha como desfecho uma inigmatica imagem de mulher vampiro e sente algo tão forte por ela que a leva ao orgasmo diversas vezes,tudo isso são elementos que classificam Vampyrus Lesbos como a obra mais significativa da carreira de Jess Franco.












terça-feira, 17 de junho de 2008

A CASA QUE PINGAVA SANGUE

Por Marcos T. R. Almeida

"Na verdade, não tenho horror ao perigo, exceto no seu efeito positivo, o terror." - Edgar Allan Poe

Atenção! O texto a seguir contém detalhes sobre o filme, inclusive revelando o final dos episódios.


Quem de nós que, pelo menos uma vez na vida nunca sonhou em habitar uma casa bem aconchegante, afastada do "turbilhão apressado da humanidade", distante da turba enfadonha e mesquinha da sociedade?

Uma bela casa muito bem ornamentada repleta de mobiliário antigo, peças de artes, lareira, biblioteca contendo os mais diversos livros com as obras dos nossos autores prediletos... Ah! Como seria bom sentar-se no conforto de uma poltrona "Luís XV", aquecido pelo fogo de uma lareira e passar uma tarde de inverno, lendo Heine, Poe, Milton, Azevedo, Nietzsche, John Keats, e tantos outros! Afinal, somos mais afeiçoados com os mortos do que com os vivos. Estes mortos pelo menos deixaram como legado à humanidade o seu pensamento, e como disse um dia Baudelaire, o pai dos poetas malditos: "O que é criado pelo espírito, é mais vivo do que a matéria."

Quanto aos vivos, nossos contemporâneos para variar, precisamos fugir deles para bem longe de suas maldades e calúnias, pois a todo instante que nos atracamos com eles, somos acusados de algum crime que não cometemos!

Ah! Uma bela casa de campo seria o refúgio ideal contra esses ignóbeis. Assim isolado, teríamos mais tempo para os nossos mortos, assim e somente desta forma poderíamos aprofundar na sabedoria dos antigos e mergulhar num universo concebido por estes gênios, e de lá do nosso refúgio anti-social, se fosse preciso, praguejaríamos contra toda a mediocridade da sociedade, saboreando uma fina taça com vinho do Porto, safra de 1930!

Nossa casa tem muito de nós, ela reflete nossa personalidade, nossos sonhos e aspirações, e isto porque não moramos em uma casa ideal ao nosso temperamento, pois se fosse o caso, tenho certeza que habitaríamos castelos medievais que são os que mais se aproximam com o nosso temperamento.

Para se escrever uma boa obra, um escritor precisa de quietude, precisa por força isolar-se da realidade que o cerca para de fato mergulhar em seu interior, e de lá de seu subconsciente transcrever para o papel o caráter verdadeiro de seus personagens.

Quando assisti pela primeira vez o filme "A Casa que Pingava Sangue" (1970), comecei a refletir melhor estas questões e o meu gosto pela propriedade apurou-se de maneira muito significativa, imaginando qual seria meu destino se eu fosse o próximo inquilino da casa, pois a mansão reflete sempre a personalidade do novo morador.

Então mergulhei no pesadelo, vi o meu ser habitando aqueles aposentos confortáveis, vi a imensa sala de estar com belas poltronas que dariam a mim o conforto necessário, mas vi também minha ruína...

Sem piedade, o meu fim seria idêntico ao de todos aqueles antigos inquilinos. Não sei o caso dos senhores, mas acredito que não fugiriam da regra, visto que parecem serem afeiçoados com o terror e possuírem identidade forte com o sobrenatural!

A casa é um espetáculo deslumbrante, fica localizada em um local afastado da cidade, idêntica a do clássico "Os inocentes" (1961). Ela é rodeada por uma floresta repleta de árvores, entre elas o "loureiro sagrado", usada pela Inquisição para queimar as feiticeiras.

Mas antes mesmo de entrarmos no assunto sobre feitiçaria, vamos primeiro conhecer todos os detalhes que caracterizam a casa em si, e analisarmos a primeira das quatro histórias de horror que compõe o filme.
A exemplo do clima de terror, a própria trilha sonora já assusta em um ritmo psicótico, em notas de piano marteladas onde o efeito acústico ora se prende em lentidão de suspense e ora dispara como se fosse um golpe de punhal nas costas!
A melodia prende o espectador e faz o mesmo mergulhar dentro das cenas do filme, mas o efeito sinistro da música acaba tocando no nosso subconsciente transportando o clima de terror do filme para nossa própria casa...

Confesso que até hoje ainda não assisti outro filme de terror onde a trilha sonora pudesse envolver-me de forma tão perturbante em nosso próprio caráter com as cenas do horror.

Envolto nesta horripilante trilha sonora o filme "A Casa que Pingava Sangue" nos apresenta pequenos detalhes que merecem ser reforçados neste escrito como as imagens em formas de sombras escuras, estátuas que parecem observar os transeuntes, uma cena onde se vê um crânio sobre o livro "Drácula", ou breves sequências onde se observam obras de Edgar Allan Poe. Ou ainda uma altiva águia de bronze que parece contrastar com o rosto de um anjo esculpido nos traços dos desenhos de Gustavo Doré, completando uma estranha decoração repleta de objetos que parecem ter vida própria, enchendo o interior da casa de uma sinistra atmosfera envolta nos mais recônditos mistérios do além.

Os primeiros inquilinos são um simpático casal que procura a tranquilidade do campo. O marido é um escritor dedicado de histórias de terror, especialista em crimes e mortes violentas, que escreve como dizia Nietzsche, "com sangue, pois sabe que o sangue é espírito". Seu personagem principal chama-se Dominique, um estrangulador louco e psicopata que fugiu do hospício. Ele não só cria o personagem para sua história, mas o desenha num esboço, a imagem de seu "sócio no crime" que vai ajudar a faturar nas vendas da obra.

O filme começa a transportar o espectador para o inconsciente do personagem central que no caso é o marido escritor, que também possui seu personagem, o estrangulador Dominique!

Sinistra é a aparição de Dominique, mais imaginária que real, que materializa-se em passos no assoalho, pequenos ruídos, gargalhadas e por fim, surge do oculto para roubar o desenho dele mesmo, guardado na gaveta da escrivaninha do escritor, que atormentado fuma vários cigarros e toma bons tragos de whisky scothland, para acalmar os ânimos e o próprio medo de seu personagem, que parece ter saído de dentro dos seus escritos.

Sua esposa bela, mas muito falsa por sinal, no fundo não passa de uma mulher canalha que tem um amante e com ele trama o assassinato do psiquiatra que está fazendo o tratamento das perturbações de seu marido, no caso, as aparições de Dominique.

O doutor, em seu gabinete de consultas, afirma ao seu paciente que quase sempre os personagens que criamos são uma continuidade inconsciente da nossa própria personalidade, e que na vida real estas coisas não existem... De repente surge Dominique e estrangula o doutor e em seguida seu paciente, o autor de Dominique...

Na casa - a casa que pingava sangue como diz o próprio título do filme - está a esposa traidora a olhar-se no espelho e logo surge seu amante, retirando a máscara de Dominique forjada por eles para provar a insanidade do marido.

Mas para o espanto desta mulher, seu marido também havia sido estrangulado, e Richard, seu amante, parecia possesso por algo diabólico. "Richard? Meu nome é Dominique!", ele exclama e mata estrangulada também a mulher que havia tramado os crimes...

Só este pequeno curta metragem já fez valer o título do filme, que prossegue agora com o segundo episódio, estrelando o nobre e veterano do horror, o já falecido Peter Cushing, no papel principal.

O personagem é um aposentado solitário que aprecia quietude e sossego. Ele muda-se para a casa e costuma ocupar muito bem o seu tempo, afinal é um excelente jardineiro pois adora cuidar de plantas. Lê muito, parece um autodidata em filosofia e literatura, enfim, um homem culto e letrado. Como se não bastasse as duas ótimas qualidades, ele ainda ouve música! Uma obra de Franz Schubert faz-se ouvir em sua vitrola, "Der tod und das madchen" ou "O túmulo da donzela", obra composta para quarteto de cordas, onde a harmonia toca na alma do espectador, transportando para um cenário idílico e romântico, sobre forma de arrebatamento.

"Eu leio, cuido da jardinagem e ouço música", realmente quem é nobre sabe aproveitar bem seu tempo. Sigamos o seu exemplo para um dia quem sabe, alcançar sua refinada nobreza!

Solitário, o personagem perambula pelo pequeno centro da cidadezinha mais próxima até que depara-se com um museu de cera dos horrores... Ali encontra lúgubres e horrendas figuras de cera e no meio do pesadelo depara-se com Salomé, a linda, a bela Salomé com uma bandeja na mão onde a cabeça de João Batista está exposta, já decepada do corpo.

Salomé foi um tema bastante explorado na literatura. Temos a narração bíblica para quem não conhece a história, e temos também a imoral e irreverente peça de teatro de Oscar Wilde, onde logo no primeiro dia de estréia foi proibida em Londres e por toda parte onde ia ser apresentada, devido talvez ao seu caráter imoral e mórbido, onde a princesa Salomé beija os lábios de João Batista já decapitado, fazendo uma forte alusão à necrofilia, além do erotismo sensual da personagem central que é Salomé.

O compositor Strauss, também inspirado no mesmo tema, compôs "Salomé", uma ópera em dois atos inspirada na peça de Oscar Wilde, o excêntrico dandy irlandês.

"Ela é linda, não é verdade? A minha Salomé...", exclama o dono do museu ao visitante, que sai dali perturbado com aquela boneca de cera. Mais tarde, um amigo visita-o na casa, ambos parecem terem no passado um amor em comum. Esse amigo depois entra também no museu e fica hipnotizado por Salomé.

O desfecho é simples. Primeiro este novo personagem, o amigo visitante, é assassinado no museu, tendo sua cabeça decepada e posta na bandeja de Salomé. Depois, é o próprio inquilino da casa que pingava sangue quem é a vítima. Ele luta com o dono do museu e encontra a morte, e sua cabeça também passa a fazer parte do sinistro acervo do museu de cera dos horrores!

No terceiro curta metragem, Christopher Lee entra em cena no papel de um pai severo e rude, que tem uma filhinha orfã de sua mãe que provavelmente era uma feiticeira. Aqui, novamente o terror é explícito sobre o cenário da enigmática casa onde os aposentos parecem ser testemunhas dos estranhos acontecimentos ali ocorridos...

A filhinha do novo inquilino, que parece ser uma garotinha tímida e reprimida, tem para sua educação a companhia de uma linda governanta que parece ensinar a garota a superar seus traumas, em especial o medo das chamas do fogo. A garotinha ganha então alguns presentes e em especial uma boneca. De repente o pai, o rude e severo pai, rouba das mãos da menina a boneca e atira-a no fogo da lareira. A boneca derrete sobre as chamas, e o pai teme que sua filha siga a mesma inspiração da falecida mãe, que era uma bruxa diabólica... A garota magoada chora, e sua governanta não entende a estranha atitude do pai.
Chove forte, trovões estralam lá fora, relâmpagos reluzentes clareiam a noite, falta luz elétrica, é hora de acender velas, mas o pai constatou que faltavam algumas delas, e a garotinha, que mais parece um anjinho, faz um boneco de cera de acordo com as antigas fórmulas de feitiçaria, a saber:


Malefício da figura de cera

"Pede um pedaço de cera virgem, amolece-o em água quente, modela então com ele uma figura, pensando intensamente na pessoa que queres enfeitiçar. Enquanto fazes isto, pronuncia com veemência estas palavras; "fulano de tal, em tua semelhança faço esta esfinge para que a ela fiques amarrado, de tal maneira que o teu corpo seja o seu corpo e o seu seja o lugar de todas as sensações". Se tens cabelos, algum dente ou amparas de unhas provenientes da pessoa que estás enfeitiçando, põe na figura, e se possui roupas, faz um pequeno vestuário que lembre a vítima. Disposta assim a figura, uma noite, à hora de Saturno, atravessa-a em todos os sentidos com agulhas ou espinhos, cobre-a de injúrias e maldições em nome do demônio Guland imaginando firmemente que tens à tua frente a mesma pessoa de corpo e alma; joga por fim o boneco de cera ao fogo... Se tudo isto fizeres como digo, pondo toda a tua fé e força, não duvides de que assim como a cera se derreterá e consumirá, assim também padecerá a pessoa, sofrendo dores agudas até a morte."

Seguindo os ensinamentos, a garota vinga-se do pai carrasco torturando-o com agulhas espetadas no boneco de cera e por fim ela também joga o boneco ao fogo, como o pai havia feito com sua boneca de brinquedo recebida da governanta. O pai morre de uma maneira horrível...

No quarto e último episódio, aparece um canastrão de filmes de horror, um galã da década de 1970 que aluga a casa. Ele, depois de muita briga no estúdio de cinema, acaba comprando em um antiquário uma capa de vampiro legítima. Ao vestir a capa para a atuação nos papéis de vampiro, ele transforma-se num vampiro de verdade e seu túmulo passa a ser o porão da própria casa.

Mais tarde, o corretor de imóveis dá as chaves da casa a um invocado investigador de polícia que está exatamente tentando solucionar o enigmático desaparecimento de um astro do cinema. O maluco dirige-se então à casa numa noite nada convidativa para uma visita. Ao entrar na macabra casa, ele é surpreendido pelo vampiro e por sua companheira, também atriz de cinema, que atuava em seus filmes e era uma vampira de verdade também.

Assim acaba o filme, em uma cena bastante lúgubre de vampirismo...

Novamente a casa está para ser alugada e eu cismei de novo no meu destino se eu fosse o próximo inquilino....


Marcos T. R. Almeida


A CASA QUE PINGAVA SANGUE (The House That Dripped Blood, EUA, 1970)
Direção: Peter Duffell
Roteiro: Robert Bloch; Russ Jones
Produção: Max Rosenberg; Milton Subotsky
Produção Executiva: Gordon Westcourt; Paul Ellisworth
Fotografia: Ray Parslow
Música: Michael Dress
Edição: Peter Tanner
Direção de Arte: Tony Curtis
Maquiagem: Harry Frampton; Joyce James
Elenco: Denholm Elliott (Charles Hillyer), Peter Cushing (Philip Grayson), Christopher Lee (John Reid), Ingrid Pitt (Carla Lynde); John Bennett (Det. Insp. Holloway); John Bryans (A.J. Stoker); John Malcolm (Sgt. Martin); Joanna Dunham (Alice Hillyer); Tom Adams (Richard/Dominic); Robert Lang (Dr. Andrews); Joss Ackland (Neville Rogers); Wolfe Morris; Chloe Franks (Jane Reid); Jon Pertwee (Paul Henderson)

A FESTA DO MONSTRO MALUCO

Por Marcos T. R. Almeida

"Ah, ah, ah, ah, e disse o corvo, nunca, nunca mais..." - Edgar Allan Poe

"Ah, eu criei os meios de destruir a matéria e eles todos precisam saber que eu, o barão Frankenstein, mestre do segredo da criação, dominei os segredos da destruição, os convites precisam ser enviados imediatamente. E que festa ótima teremos..."
Assim começa o clássico filme de bonecos, esterelando como papéis principais: Drácula, O Lobisomem, A Múmia, O Corcunda de Notre Dame, O Monstro de Frankenstein, A Coisa, O Homem Invisível, A Criatura, A Noiva de Frankenstein, Dr. Jekyll e Mr. Hyde, Boris Karloff, Francesca e Felix, sobrinho do Dr. Frankenstein.
Imagine todos estes monstros em uma festa, ou melhor, uma convenção de monstros, todos reunidos, cada um com suas peculiaridades especiais... sim, foi assim A Festa do Monstro Maluco (Mad Monster Party, 1967), filme raro, conhecido apenas pelos verdadeiros e colecionadores fãs do horror.
O Dr. Frankenstein, que é interpretado pelo boneco de Boris Karloff, abre um armário repleto de morcegos, amarra os convites nas garras de cada um deles e solta-os noite adentro para que voem levando os convites aos vários e famosos monstros. No convite está escrito:

"Você está convidado para nossa convenção da qual fazem parte grandes celebridades, que vai realizar-se no dia 13."

Acontece que o Dr. Frankenstein vai aposentar-se e precisa urgentemente fazer a última reunião e comunicar a todos os monstros que seu sobrinho Felix vai ser o herdeiro de todas as suas descobertas, inclusive da última, que é a fórmula da destruição da matéria.
O castelo tradicionalmente é rodeado por um fosso contendo dezenas de crocodilos famintos e a praia da ilha onde ele se encontra é feita de areia movediça. Tudo está em harmonia, o cenário, os convidados, o jantar que oferece os melhores pratos, como a famosa sopa de polvo e outras iguarias bizarras.
A festa ainda é animada por uma banda de rock onde os integrantes são caveiras que tocam guitarra bem melhor que Jimi Hendrix (!) e o baterista é bem melhor que aquele do Iron Maiden (!!).
Ah, a melhor parte é sem dúvida nenhuma o famoso encontro do Dr. Jeckyll com o Dr. Frankenstein, doutores da mesma profissão, criar monstros... Temos ainda em cena uma frota completa de pilotos aéreos zumbis que no final vão atacar A Coisa, que na verdade é o King Kong, que aparece para destruir o castelo onde acontece o evento sinistro.
Considere que todo o cenário do filme é montado no gênero "horror cômico" e todos são bonecos, desde os morcegos, as plantas carnívoras, e os próprios monstros.
Temos ainda contracenando, um monstrinho esquisito que vive perdendo a cabeça no meio da festa e, é claro, sua cabeça acaba virando bola de boliche no meio da bagunça.
No final, todos os monstros querem a fórmula secreta do Dr. Frankenstein, então forma-se uma confusão onde somente com a chegada de King Kong as coisas começam a resolver-se.
Este filme, lembro-me perfeitamente que passou uma ou duas vezes na TV, e nunca mais foi exibido. Rolou na sessão da tarde da Globo por volta do ano de 1978, e desapareceu das telinhas. Mas como eu tive a oportunidade de vê-lo, jamias iria esquecer esta bela e rara obra de arte da animação do gênero horror, para o deleite dos seus incontáveis fãs.

N.E.: Esse artigo foi publicado originalmente no fanzine "Juvenatrix" # 33 (Maio de 1999).

N.E.2: O filme "A Festa do Monstro Maluco" foi lançado em DVD pela Works Editora, através do Selo DarkSide, em dezembro de 2005.


Marcos T. R. Almeida


A FESTA DO MONSTRO MALUCO (Mad Monster Party, EUA, 1967, Embassy, cor, 94 minutos).
Direção: Jules Bass
Roteiro: Len Korobkin e Harvey Kurtzman, baseado em história de Arthur Rankin Jr
Produção: Arthur Rankin Jr.
Produção Executiva: Joseph E. Levine
Fotografia: Tadahito Mochinaga
Música: Maury Laws
Elenco (vozes): Boris Karloff (Barão Boris von Frankenstein); Allen Swift (Drácula/Dr.Jeckyl - Mr.Hyde/Homem Invisível/Felix/vozes adicionais); Gale Garnett (Francesca);
Phyllis Diller; Ethel Ennis